Weekly 496: A tentativa de susto no monopólio Google
Departamento de Justiça dos EUA quer que a empresa venda o Chrome para reduzir "poder supremo" nas buscas. Vai adiante? Difícil, mas a ação é interessante
📰 Resumo do editor
📜 Curadoria das notícias e texto desenvolvido pelo ser humano Vitória Leitzke, em 28/11/2024, Porto Alegre
Há quem tenha substituído o verbo “pesquisar” por “dar um Google” ou “Googar”. Fato é: a maioria das pessoas pesquisam no Google, empresa que hoje é um verdadeiro monopólio no setor de buscas. O que já era bom, ficou ainda melhor (para a empresa) com a criação do Chrome. Atualmente, é o navegador mais utilizado no mundo.
Resultado: a Maria usa o Chrome, tem todos seus dados armazenados no navegador, que é da empresa que vai segmentar e entregar anúncios para Maria feitos para ela. E qual empresa que quer vender seu produto não vai entregar dinheiro para uma compra quase certa?
Pois bem, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos tenta acabar com essa “farra”. Ou, pelo menos, a história vai virar uma tentativa de susto à empresa. O pedido é pela venda do Chrome, para que haja uma separação entre Google e o navegador. A proposta também inclui restrições para impedir que o Android favoreça o mecanismo de busca do Google.
Uma possível venda impactaria a vida do usuário do Chrome? Não, a não ser que a qualidade do navegador decaísse. E também é bem possível que isso não vá adiante: o atual Departamento de Justiça é da equipe do governo Biden. A partir de 20 de janeiro, retorna o governo Trump - e o presidente eleito já meteu um “pera lá, vamos conversar”.
Apesar de não ter muita esperança, o movimento do governo americano em tentar frear uma big tech é interessantíssimo. União Europeia e Rússia, por exemplo, também vêm tentando esse freio. Já falamos aqui, em outros momentos, sobre a GAFAM (Google, Apple, Facebook, Amazon e Microsoft) e o quanto elas se aproveitam para lucrar às nossas custas. Quanto mais países levantarem essa bandeira, maior a possibilidade de reduzir esse controle e poder.
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Nesta edição ainda falamos sobre o futuro da Inteligência Artificial (IA) pela mente por trás das big techs, o uso da ferramenta para recrutamento de empresas e golpes com robôs no e-commerce e em plataformas de conteúdo adulto.
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⚡️ DESTAQUE ⚡️
💸 Departamento de Justiça dos EUA quer que Google venda o Chrome
A sugestão de venda do navegador seria uma medida para evitar o monopólio da empresa no setor de buscas. A recomendação, assim colocada pelo Departamento de Justiça, também inclui restrições para impedir que o Android favoreça o mecanismo de busca do Google.
O campo de jogo não é nivelado devido à conduta do Google, e a qualidade do serviço reflete os ganhos ilícitos de uma vantagem adquirida ilegalmente. A solução deve fechar essa lacuna e privar o Google dessas vantagens.
Consta no documento de 23 páginas
Vale lembrar que o Departamento de Justiça atual pertence ao governo Biden, que está no fim da gestão. Quem passa a assumir o caso será a equipe do presidente eleito Donald Trump, que tende a ter uma postura menos rígida. Inclusive, Trump, no mês passado, já deu uma declaração que a divisão poderia “destruir o Google”.
As audiências sobre a punição do Google estão previstas para abril, com decisão final do juiz esperada para 1º de maio. O Google se manifestou, por meio do diretor jurídico Kent Walker, alegando ser “uma agenda intervencionista radical que prejudicaria os americanos e a tecnologia global dos Estados Unidos”.
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📱Áudios no WhatsApp agora podem ser transcritos por Inteligência Artificial
Quem nunca sentiu aquela preguiça ao receber um áudio que atire a primeira pedra. Pois bem, o WhatsApp parece querer ajudar os anti-áudio. Um recurso que transforma as mensagens de áudio no aplicativo em textos foi liberado na última semana.
Para a transcrição, é necessário habilitar o recurso nas configurações do aplicativo de conversa e selecionar o áudio que deseja transcrever. O conteúdo fica armanezado no celular e, segundo o WhatsApp, é protegido por criptografia de ponta a ponta, com isso, ninguém, nem mesmo a plataforma, pode ouvir ou ler o conteúdo.
O recurso ainda não está disponível para todos os usuários.
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🔮 A previsão de futuro da IA pelos principais líderes da tecnologia mundial
O jornal argentino La Nación fez um compilado do que Sam Altman, CEO da OpenAI; Sundar Pichai, CEO da Google; Satya Nadella, CEO da Microsoft; e Elon Musk, da Tesla, SpaceX e Twitter/X, veem sobre as próximas etapas da Inteligência Artificial.
Altman e Musk defendem que a IA vai se parecer tanto com um humano, que o usuário não vai “conseguir reconhecer se é IA ou um humano”. Totalmente problemático e previsível vindo dos dois CEOs.
Em várias ocasiões, mais recentemente na oitava edição da Future Investment Initiative (FII) em Riad, Musk sugeriu que, até 2030, a IA poderia “rivalizar com as capacidades cognitivas de toda a raça humana”. Para ele, a IA poderia, eventualmente, “ser tão onipresente que a inteligência biológica humana representaria menos de 1%”, conforme citado pela Euronews sobre sua participação na 27ª Conferência Global anual organizada pelo Milken Institute.
La Nación
Já Pichai e Nadella defendem o ponto de vista do impacto no conhecimento. Seja na ciência, com a criação de vacinas e tratamentos de doenças, e também na prevenção de desastres climáticos, com aumento da precisão e auxílio para alertas de evacuação.
A IA também democratizará o acesso a ferramentas científicas, permitindo que mais pesquisadores e organizações de todo o mundo contribuam para o progresso global, independentemente de seus recursos.
La Nación
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💻 JavaScript: o popular
Theo fala nesse vídeo sobre a surpresa de descobrir que quase 50% do GNOME e todas suas extensões é com JavaScript. Com o gancho, ele começa a analisar outros sistemas e jogos que usam JavaScript, pelo menos parcialmente, e chega a conclusão que não dá para fugir do JS.
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🪪 IA no recrutamento de talentos: está mais fácil ser contratado e contratar?
Já pensou fazer uma entrevista de emprego com um agente de IA? Particularmente, acho bizarro e deixaria de ser área de Recursos Humanos, mas parece que esse é o futuro dos recrutamentos de novos talentos.
Um projeto que vem sendo trabalhado é da IA ir atrás dos candidatos ideais para uma seleção. O recrutador informaria apenas a preferência de local, o nível de cargo, as faixas salariais e as habilidades e, com isso, o agente de IA iria fazer uma varredura no LinkedIn e em outras ferramentas de recrutamento. Para por aí? Não! O agente ainda seria capaz de acertar o salário, enviar e-mails de recrutamento e (atenção) fazer a entrevista inicial com o candidato. Com direito a filtrar e analisar resultados, analisar histórico, redes sociais e credenciais.
O que na teoria parece ser uma economia de tempo e até de dinheiro, mais me deixa apreensiva: abandonamos a velha máxima de “a primeira impressão é a que fica”, do olho no olho, e deixamos que a IA escolha onde vamos trabalhar ou quem vamos contratar para nossas empresas? Algo bem distópico.
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🤖 Cuidado com o golpe da modelo sensual e… irreal!
Usuários de OnlyFans e Fanvue devem ficar atentos se não estão consumindo conteúdo de modelos sensuais e criadas por IA generativa e deepfake. O esquema funciona mais ou menos assim: influenciadoras, igualmente geradas por IA, têm contas no Instagram para direcionar tráfego aos sites de conteúdo adulto, onde os usuários precisam pagar uma assinatura mensal para visualizar fotos e vídeos das “modelos”.
Elas são criadas ou por softwares treinados com fotografias reais ou por deepfake, em que os rostos de pessoas conhecidas na área de entretenimento adulto são substituídos por outros gerados com IA. As duas plataformas - OnlyFans e Fanvue - permitem o compartilhamento de conteúdos gerados com IA, desde que sinalizados, o que acaba não acontecendo nestes casos.
A prática, inclusive, já tem até cursos para ensinar a picaretagem e custa US$ 220, R$ 1.278,20 pela cotação do dólar da última terça-feira.
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👦 Menino de sete anos é convidado a integrar equipe de gestão de empresa russa de software
A história começa assim: Sergey, 7 anos, tem um canal no YouTube para falar sobre Python, Unity e até mesmo redes neurais, base de muitas ferramentas de IA. Ele viralizou na Rússia depois de publicar vídeos explicando como desenvolve softwares desde os 5 anos.
Os conteúdos chegaram à empresa Pro32, que enviou para o menino uma oferta de emprego por escrito para o cargo de diretor de formação corporativa. Pela lei russa, Sergey só pode aceitar trabalho remunerado a partir dos 14 anos.
Para a BBC, o presidente-executivo da Pro32, Igor Mandik, afirmou que conversou com os pais do menino para que ele possa contribuir com a empresa enquanto isso.
Para mim, ele é uma espécie de Mozart. Tenho certeza absoluta de que quando ele tiver 14 anos será um guru do ensino e do desenvolvimento. É por isso que estamos realmente ansiosos por este momento
Igor Mandik
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🤖 Não conseguiu comprar o produto que queria? Um robô comprou!
Amanhã é Black Friday e, para muitos, é dia de penchichar e ir atrás de ofertas de produtos desejados. E também de disputar o desejo de consumo com humanos e… robôs!
Bots são, em alguns casos, um problema antigo para o comércio online. E em datas como Black Friday, podem dar mais dor de cabeça. Vem chamando atenção uma prática de robôs - obviamente programados por humanos - que vasculham os sites no momento exato em que um item é colocado à venda, alertam quem os administram e compram automaticamente o produto, mais rápido do que qualquer ser humano é capaz.
No Reddit, moderadores de um fórum trouxeram uma situação, registrada em 2020, no lançamento de uma placa de vídeo de jogos para PC da Nvidia. O estoque foi esgotado em menos de um segundo após o lançamento.
Os usuários em sites de varejo não viram um botão 'comprar agora', mas sim um botão 'esgotado', já que todo o estoque tinha sido imediatamente levado por robôs, com uma ou outra pessoa sortuda lá no meio [da lista de compradores]
Disse um moderador
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